A falta que seu cheiro me faz, um cheiro doce com salgado, mascarado por um Quasar, que esquentava o quarto todo. Queria que este me aquecesse mais um inverno.
você gostava quando eu lavava seu cabelo, gostava de me dar banho, pedia para eu te dar banho, e te colocar para dormir,
você gostava dos meus hidratantes,
você dizia que eu estava cheirosa,
gostava da minha comida,
fazia comida para mim, o meu prato preferido que você criou,
gostava quando eu tentava fazer massagem,
gostava das minhas artes, das minhas mesas,
das minhas críticas, nunca ligou para máscara.
Saudade de mim "arteando", criticando, desenhando, e você acrescentando.
Era tanta arte que a gente vivia juntos, tanto amor.
Nunca um casal cuidou tanto um do outro,
nunca um casal amou tanto em saigon, o amor ideal!
o príncipe!
o ursinho na peça!
Companheiro para uma vida cultural, das melhores, nossa programação era ótima.
Comprar a coleção de machado, nosso sonho que ficou guardado.
Aluísio ainda está aqui, pensei que íamos ler juntos, toda coleção.
Pensei que íamos ter uma Máquina chamada Máquita, lembra?
Pensei que era você, que ia me ajudar a cuidar do viveiro, viveiro... outro sonho que não realizamos.
Realizamos o sonho de ler peças juntos,
ajudamos pessoas,
conhecemos cachoeiras, vimos um grande ator cantar.
Plantamos, regamos, podamos, o nosso jardim, que com tanto carinho, escolhemos uma por uma, cada flor, cada fruto, e seus lugares, o jardim Araruama;
os documentários que assistimos,
as idas a Santa Teresa, e as praias, as viagens,
as exposições, as peças que nos emocionamos juntos, o cenário da Noviça!
Começamos a escrever uma peça, e até tivemos várias idéias de peças para montarmos.
Sinto falta das crises de arte que eu tinha, e sinto falta de você me acompanhar nessa loucura, nessa minha paixão.
Sinto falta das suas dobrinhas, e até do seu cheiro de cigarro.
Sinto falta de ler seus textos, e de ajudar no seu trabalho.
Sinto falta de você.
Descobrimos tanta coisa juntos
Sinto falta de quem eu podia ser ao seu lado.
Sinto falta de dormir com as galinhas.
De desenhar em você, e você desenhar em mim.
Hoje lembrei do armário da cozinha de Araruama que pintei, todo azul, rsrsrs.
Da rede que fiz para você, você chegando lá na casa da Tijuca, e eu correndo para esconder.
Da experiência de te sentir na argila, e ver sua fisionomia pronta no gesso.
Ah! meu olhinho.
Não é que lembro o formato dele.
aquela blusa verde que eu adorava que você usasse, o hotel cachoeira( cena de filme).
Queria escrever uma peça, tipo o filme "Romance".
Será que consigo? será que terei de viver outro amor para escrever?
.....
Nenhum comentário:
Postar um comentário