'Mulher no Espelho'
Hoje, que seja esta ou aquela
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
Já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena
Só não pude ser como quis.
Que mal faz esta cor fingida
do meu cabelo e do meu rosto, se tudo eh tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora serei como queria,
a moda, que vai me matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falara com Deus.
Falara, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artilho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho. Cecília M.
13.8.07
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O Poeta é um fingidor!

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